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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Chorar não é preciso, mas necessário.

Às vezes é necessário chorar; chorar muito. Deixar correr as lágrimas, borrar a maquiagem. Chorar pra aliviar o coração, pra lavar a alma. Chorar mesmo que seja  sem um porquê definido e ainda que escondido, só pela necessidade de desabafar o indizível, o inexplicável. Chorar porque não se tem medo de chorar. Aliás, chorar porque chorar não é uma virtude dos fracos, mas dos que têm coragem de transparecer que sentem. Que sentem dor, sentem angústia, sentem tristeza, sentem amor, sentem saudade, e por que não, felicidade.  Chorar porque, no fundo, ninguém é indiferente aos sentimentos do mundo. Chorar porque chorar é humano e, às vezes, tudo que a gente precisa é se permitir chorar; chorar muito, até a vontade de chorar passar.   

Mavi

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terça-feira, 16 de setembro de 2014


Pobre da sociedade pós-moderna, que se acha tão culta, tão crítica, tão dona de si. Desconhece, contudo, a regra básica de que informação, conhecimento e sabedoria são conceitos distintos e que não se confundem. Como resultado, a tal "sociedade da informação" vive, com o advento da internet e das redes sociais, seu maior paradoxo: quanto mais informação se tem, menos conhecimento se absorve e ainda menos sabedoria se produz. 

MaVi

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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Amores Inventados - O Cara do Metrô


O professor terminou a aula mais tarde naquela noite, como se ter aula até onze e quinze já não fosse suficiente. Onze e vinte, onze e meia, pouco importa. Qualquer minuto a mais parecia durar uma eternidade. Já nem sabia mais se o velho gagá lá da frente falava de Aristóteles, Kant ou Marx. Tanto faz, já morreram todos! Só quero ir embora daqui.

                Nem esperei a turma se levantar. Até aquela pirralhada toda se mover seriam mais 2o minutos de espera e eu corria o sério risco de perder o último carro do metrô. Não tenho saco, nem dinheiro pra isso.

                Eu era dessas meninas classe média baixa do interior que se muda pra capital a fim de estudar e, quem sabe, virar gente se inserindo na classe média alta paulistana. Da mesada que eu recebia dos meus pais, quase tudo ia pra pagar o aluguel do moquifo em que morava. A minha Bolsa Estágio eu rateava entre as contas de água, luz, comida, transporte, etc.

                Carro? Nem pensar. Mal tinha dinheiro pra bancar a manutenção da minha bicicleta.

                No início me revoltei com a merda da tal sociedade capitalista e com o meu status de menina classe baixa. Depois me conformei e passei a aceitar que durante alguns bons anos eu não iria poder me dar ao luxo de perder  o metrô pra casa.   

                Caminhei sozinha até a estação mais próxima da Sé.  Se me assaltarem, que levem tudo. Deixem só a minha dignidade, porque ela precisa descansar pra trabalhar amanhã.

                Apertei o passo quando vi no relógio que faltavam cinco minutos pro metrô encerrar suas atividades. 

                Coração pulando pela boca e eu quase pulando a catraca pra economizar R$ 1,50 da passagem de estudante.  Escadas rolantes paradas e eu numa vontade imensa de me jogar lá de cima, só pra chegar mais rápido lá embaixo.  Desisti da idéia. Fui de escada convencional. Quase tropecei no último degrau quando ouvi o som do vagão se aproximando nos trilhos. Provavelmente o último, meu Deus! Corri. Saltei pra dentro do carro segundos antes da sirene tocar e das portas se fecharem.

                Ufa, consegui. Infelizmente, consegui.

                Lá de dentro eu vi, estancado atrás da linha amarela, aquele alguém que não teve a mesma sorte que a minha. A calça skinny, a camisa de alguma banda alternativa, a toquinha caída atrás, o tênis Vans cano alto. Era o típico playboy alternas, desses hipstersinhos modernos que me enojavam. Diferentemente de mim, ele provavelmente não pertencia àquele lugar. Ao contrário de mim, ele provavelmente podia se dar ao luxo de bancar um táxi até em casa, ou até a lua se preciso fosse. Entristeci-me, sem entender porque, por não poder descer e dividir o táxi com ele.  

                O metrô partiu e eu nunca mais o vi, mas sonhei com aquele tênis vans cano alto ainda mais duas vezes naquela mesma semana.  

MaVi

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014



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